Associação entre disfunções temporomandibulares e ansiedade em alunos de uma instituição de ensino superior privada de Belo Horizonte – MG.

Resumo

Introdução: As disfunções temporomandibulares (DTMs) envolvem uma série de alterações maxilomandibulares que podem criar sintomatologia dolorosa e uma piora na qualidade de vida dos pacientes portadores. O bruxismo, caracterizado pelo ranger ou apertar dos dentes devido à contração dos músculos mastigatórios, é uma condição com etiologia inconclusiva. A associação do bruxismo com as DTMs, bem como fatores como ansiedade, pode desempenhar um papel significativo. Além disso, o ambiente acadêmico estressante pode favorecer o desenvolvimento do transtorno de ansiedade em estudantes.

Objetivos: O objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre DTMs, bruxismo e sintomas de ansiedade em alunos de graduação do ensino superior.

Materiais e Métodos: A amostra do estudo foi composta por estudantes da graduação do ensino superior que foram submetidos ao exame clínico e responderam três questionários para avaliação de bruxismo (autorrelato de bruxismo), DTM (Índice Anamnésico de Fonseca) e ansiedade (Inventário de Ansiedade Traço-Estado / IDATE). Os critérios de seleção dos participantes e os procedimentos de coleta de dados foram detalhadamente descritos. Os dados coletados foram armazenados em um banco e realizadas análises descritivas. A seguir, foram ajustados modelos de regressão logística entre cada variável independentemente e os desfechos (grau de bruxismo e grau de DTM).

Resultados: A pesquisa envolveu 102 universitários, em sua maioria mulheres (73,5%), com média de idade de 26,8 anos. A distribuição da amostra revelou que 24,5% apresentaram grau médio ou alto de bruxismo. Embora não tenha sido observada uma associação significativa entre o grau de bruxismo, sexo, idade e ansiedade (p > 0,05), foi identificado que alunos com estado alto de ansiedade têm nove vezes mais chance de ter DTM moderada ou severa do que os de baixa ansiedade (OR=9,62; IC95%: 2,63-45,69), p < 0,05. Alunos com traço de ansiedade grau médio ou alto têm três vezes mais chance de apresentar DTM com grau moderado ou severo do que aqueles com baixo grau (OR=3,00; IC95%: 1,03-8,78), p<0,05.

Conclusão: O estudo sugere uma associação entre grau de ansiedade traço e estado e a intensidade da manifestação de DTM em estudantes da graduação. Esses achados destacam a importância de considerar fatores psicológicos, como a ansiedade, na avaliação e manejo de DTMs em contextos acadêmicos.

Descritores: Síndrome da Disfunção da Articulação Temporomandibular, bruxismo, ansiedade, estudantes.