Neuroticismo e pensamento ruminativo: constructos preditivos de transtornos depressivos?
Abstract
O presente artigo discute as possíveis relações existentes entre o traço de personalidade denominado neuroticismo e o pensamento ruminativo. Identifica, ainda, as associações entre essas características e a depressão clínica. Para tanto, foi realizada revisão de literatura por meio de obras impressas e bases de dados acadêmicos. Conclui-se que, embora sejam necessários estudos permanentes na área de personalidade e psicopatologia, diversas pesquisas sugerem que altos níveis de neuroticismo, sobretudo se associados à tendência ruminativa, sejam fatores de risco para transtornos depressivos.
Palavras-chave: neuroticismo; ruminação; depressão; modelo dos cinco grandes fatores de personalidade.
References
AMARAL, V.; CASTILHO, P.; GOUVEIA, J. P. A contribuição do autocriticismo e da ruminação para o afecto negativo. Psychologica, v. 2, n. 52, p. 271-292, 2010.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV-TR). 4. ed. rev. Porto Alegre: Artmed, 2002.
AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION (APA). Gary R. VandenBos (org.). Dicionário de Psicologia. Trad. Daniel Bueno, Maria Adriana Veríssimo Veronese, Maria Cristina Monteiro; rev. téc. Maria Lúcia Tiellet Nunes, Giana Bittencourt Frizzo. Porto Alegre: Artmed, 2010.
BAPTISTA, M. N. et al. Eficácia de intervenções psicoterápicas no tratamento de depressão. Psic, v. 8, n. 1, 2007.
BARBOSA-TINOCO, G. A. Neuroticismo, emoções e comportamentos de risco em usuários de um ambulatório de saúde mental. Uberlândia (MG), 2009, 153 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade Federal de Uberlândia. Disponível em: <http://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/1561/1/NeuroticismoEmo%C3%A7%C3%B5esComportamentos.pdf.> Acesso em: 09 de abril de 2022.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
DEL PORTO, J. A. Conceito de depressão e seus limites. In: LAFER, B. et al. Depressão no ciclo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2000, cap. 1, p. 20-28.
DEL PORTO, J. A. Conceito e diagnóstico. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 21, p. 6-11, 1999.
GONÇALES, C. V.; MACHADO, A. L. Depressão, o mal do século: de que século? Revista de Enfermagem da UERJ, v. 15, n. 2, p. 298-304, 2007.
HEATON, C. E. Rumination in the context of divorce. s.l. 24 f., 2009. Monografia (Bacharelado em Psicologia), University of Arizona. Disponível em: <http://arizona.openrepository.com/arizona/bitstream/10150/192466/1/azu_etd_mr20090101_sip1_m.pdf>. Acesso em: 09 de abril de 2022.
HODGINS, S.; ELLENBOGEN, M. Neuroticism and depression. The British Journal of Psychiatry, [s.l.], n. 182, p. 79-80, 2003.
ITO, P. P.; GOBITTA, M.; GUZZO, R. L. Temperamento, neuroticismo e autoestima: estudo preliminar. Estudos de Psicologia, v. 24, n. 2, p. 143-153, 2007.
JUAN-ESPINOSA, M. Bases biológicas da personalidade. In: FLORES-MENDOZA, C. et al. Introdução à psicologia das diferenças individuais. Porto Alegre: Artmed, 2006, cap. 14, p. 263-299.
MELLO, A. F. et al. Depressão e estresse: existe um endofenótipo? Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 29, supl. 1, p. s13-s18, 2007.
NOLAN, S. A.; ROBERTS, J. E.; GOTLIB, I. H. Neuroticism and ruminative response style as predictors of change in depressive symptomatology. Cognitive Therapy and Research, [s.l.], v. 22, n. 5, p. 445-455, 1998.
NOLEN-HOEKSEMA, S. Responses to depression and their effects on the duration of depressive episodes. Journal of Abnormal Psychology, v. 100, n. 4, p. 569-582, 1991.
NOLEN-HOEKSEMA, S.; WISCO, B. E.; LYUBOMIRSKY, S. Rethinking rumination. Perspectives on Psychological Science, s.l., v. 3, n. 5, p. 400-424, 2008.
NUNES, C. S. A construção de um instrumento de medida para o fator neuroticismo/estabilidade emocional dentro do modelo de personalidade dos Cinco Grandes Fatores. Porto Alegre, 2000, 72 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia), Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1774/000308049.pdf?sequence=1>. Acesso em: 09 de abril de 2022.
OLIVEIRA, J. H. Neuroticismo: algumas variáveis diferenciais. Análise Psicológica, s.l., v. 20, n. 4, p. 647-655, 2002.
ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD (OMS). La depresión. [S.l.: s.ed.], 2012. Material on-line. Última atualização: out. 2012. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs369/es/>. Acesso em: 15 de março de 2023.
ORSINI, M. A. Estabilidade de traços de personalidade e suas relações com mudanças na severidade da depressão. Brasília, 2006, 90 f. Tese (Doutorado em Psicologia), Universidade de Brasília. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1902/1/2006_Mara%20R%C3%BAbia%20de%20Camargo%20Alves%20Orsini.pdf>. Acesso em: 09 de abril de 2022.
PERVIN, L. A.; JOHN, O. P. Personalidade: teoria e pesquisa. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
ROCCA, C. C.; MONTEIRO, L. C.; FUENTES, D. Déficits cognitivos na depressão: limite entre o normal e o patológico. In: TENG, C. T. et al. Depressão e cognição. São Paulo: Atheneu, 2009, cap. 3, p. 43-66.
SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL. Mente Cérebro. Organização Mundial da Saúde divulga estatísticas globais da depressão. [s. l.], [s. ed.], 2011. Material on-line. Última atualização: jul. 2011. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/organizacao_mundial_da_saude_divulga_estatisticas_globais_da_depressao.html>. Acesso em: 12 de outubro de 2019.
SOUZA, F. G. Tratamento da depressão. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 21, s. 1, p. 18-23, 1999.
TENG, C. T.; NAKATA, A. C. Distúrbios neurocognitivos e fisiopatologia da depressão. In: TENG, C. T. et al. Depressão e cognição. São Paulo: Atheneu, 2009, cap. 2, p. 25-41.
TENG, C. T.; YANO, Y. Cognição e depressão: conceitos fundamentais. In: TENG, C. T. et al. Depressão e cognição. São Paulo: Atheneu, 2009, cap. 1, p. 1-23.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Depression. [S.l.: s.ed.], 2021. Material on-line. Última atualização: 13 set. 2021. Disponível em: <https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/depression>. Acesso em: 15 de março de 2023.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems: 11th Revision (ICD-11). [S.l.: s.ed.], 2023. Material on-line. Disponível em: <https://www.who.int/standards/classifications/classification-of-diseases#:~:text=ICD-11%20Adoption-,The%20latest%20version%20of%20the%20ICD%2C%20ICD-11%2C%20was,1st%20January%202022.%20.> Acesso em: 15 de março de 2023.
WUPPERMAN, P.; NEUMANN, C. S. Depressive symptoms as a function of sex-role, rumination and neuroticism. Personality and Individual Differences, s.l., v. 40, p. 189-201, 2006.
ZANON, C. et al. Relações entre pensamento ruminativo e facetas do neuroticismo. Estudos de Psicologia, v. 29, n. 2, p. 173-181, 2012.
ZANON, C.; HUTZ, C. S. Relações entre bem-estar subjetivo, neuroticismo, ruminação, reflexão e sexo. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, v. 2, n. 2, p. 118-127, 2010.
ZANON, C. Relações da ruminação e reflexão com bem-estar subjetivo, facetas do neuroticismo e sexo. Porto Alegre, 2009, 49 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia), Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/15876/000692470.pdf?sequence=1>. Acesso em: 15 de outubro de 2019.
ZANON, C.; TEIXEIRA, M. A. Adaptação do Questionário de Ruminação e Reflexão (QRR) para estudantes universitários brasileiros. Interação em Psicologia, v. 10, n. 1, p. 75-82, 2006.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2023 REVISTA CIENTÍFICA DA FAMINAS
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).