Paresia facial no pós operatório de paratidectomia parcial com preservação do nervo facial: relato de caso

Abstract

1 Introdução

Dentre as neoplasias da glândula parótida, o adenoma pleomórfico é o tumor benigno mais comum, representando até 70% dos casos totais [1]. Essa neoplasia forma uma massa consistente, móvel, com pouca expansão à palpação e de crescimento lento [2]. O diagnóstico definitivo de adenoma pleomórfico é realizado pelo exame histopatológico a partir de uma parotidectomia com identificação e preservação do nervo facial [3]. A lesão do nervo facial é uma das complicações mais graves que podem ocorrer em cirurgia de glândula parótida [4]. Esse nervo emerge do forame estilomastóideo, passa pela glândula parótida e divide-se em dois ramos que formam o plexo que inerva 13 pares de músculos faciais que controlam a mímica facial [5]. Esse estudo teve como objetivo relatar o quadro clínico de um paciente oncológico que evoluiu com paresia facial após a realização de uma parotidectomia parcial.

2 Métodos

                  O estudo foi realizado no ambulatório de fisioterapia do Hospital do Câncer de Muriaé, entre os meses de março e junho de 2021, onde acompanhou-se a evolução de um paciente com paresia facial à direita após ser submetido à uma parotidectomia parcial. O paciente em questão assinou o Termo de Conscentimento Livre e Esclarecido (TCLE), concordando participar do estudo. Para acompanhamento, foram feitos registros fotográficos do início do tratamento fisioterapêutico e após 30 dias.

3 Desenvolvimento

Ao início do tratamento, o paciente foi classificado em grau 3 na Escala de House Brackmann, tendo comprometimento de 8 músculos da face. Os principais objetivos da reabilitação foram a melhora dos movimentos musculares para retorno da mímica facial completa e qualidade no padrão de movimento. As condutas realizadas foram: bolsa térmica no início da sessão e em seguida, movimentos circulares, sobre cada grupo muscular, com a bola cravo; dessensibilização da região de masseter; mobilização cicatricial manual e com gancho de crochetagem e, principalmente, a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (F.N.P) realizando os movimentos de mímica facial e colocação de bandagem elástica. Após 30 sessões, houve melhora dos movimentos musculares da face. Na literatura encontrou-se um estudo sobre a análise do prontuário de um paciente com paralisia facial periférica classificada em grau 5 que após 16 sessões com F.N.P., o paciente foi classificado em grau 1, com normalidade da função facial e houve melhora, analisada pelo feedback visual, da mímica facial.

4 Considerações finais

A fisioterapia participa ativamente do processo de recuperação da paralisia ou paresia facial e tem papel fundamental no pós operatório de parotidectomia superficial com preservação do nervo facial quando esta evolui com paresia facial.