Histórico familiar de doença autoimune, estado nutricional e consumo alimentar de adultos
Abstract
1 Introdução
As doenças autoimunes se caracterizam pelo ataque do organismo as suas próprias células. Estas formam um grupo de doenças, das quais, algumas não possuem suas causas totalmente esclarecidas e reconhecidas. De modo geral, a ocorrência de tais doenças pode estar relacionada a fatores ambientais, moleculares, patógenos, genéticos, envolvendo o histórico familiar, entre outros [1]. A nutrição do indivíduo apresenta um papel de importância no equilíbrio do sistema imunológico, e consequentemente, a mesma, influencia no perfil nutricional [2]. O excesso de peso e os quadros metabólicos associados ao mesmo podem favorecer o desenvolvimento e progressão de doenças autoimunes [3]. O objetivo do presente estudo foi avaliar o histórico familiar quanto a doenças autoimunes, estado nutricional e consumo alimentar de adultos não portadores de nenhum quadro autoimune.
2 Material e Métodos
Trata-se de um estudo transversal realizado nos meses de julho e agosto de 2021 com indivíduos que declararam concordância com a participação na pesquisa mediante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi aplicado um questionário online por meio da plataforma Google Docs®, contemplando questões sobre a temática abordada. Os dados foram analisados no programa Microsoft Office Excel 2016 e expressos por meio de frequências simples e absolutas.
3 Resultados e Discussão
Participaram da pesquisa 62 adultos não portadores de doenças autoimunes, sendo a principal faixa etária compreendida de 18 a 24 anos (34,4%). Do total de avaliados, 74,3% eram do sexo feminino e 25,7% do sexo masculino. Referente ao histórico familiar, 42,9% dos participantes relataram que não possuem nenhum familiar com doença autoimune e 18,6% não souberam responder. Considerando a classificação do estado nutricional, foi observado que 87,0% apresentavam eutrofia, 10,4% desnutrição leve e 2,6% sobrepeso. Em relação ao consumo alimentar dos avaliados e ingestão de nutrientes importantes para o sistema imune, 35,7% indicaram que realizam o consumo de alimentos fontes de vitamina C de 1 a 2 vezes/semana, 40,0% relataram que fazem o consumo de alimentos fontes de vitamina A de 3 a 4 vezes/semana e 62,9% dos avaliados relataram que realizam o consumo de alimentos fonte de Zinco 5 vezes ou mais/semana. Além disso, 38,6% disseram que consomem alimentos in natura de 3 a 4 vezes/semana, 37,1% indicaram o consumo de alimentos ultraprocessados de 1 a 2 vezes/semana e 35,7% relataram consumir alimentos fontes de glúten de 3 a 4 vezes/semana. O consumo de uma alimentação adequada e com a presença de nutrientes que auxiliam no sistema imunológico é de grande importância para todos os indivíduos, contribuindo assim para a atuação adequada do mesmo, garantindo a defesa do organismo [1,2]. Ainda, ressalta-se que a doença autoimune possui caráter genético, com isso, indivíduos do mesmo grupo familiar possuem maior probabilidade de apresentá-las em conjunto [1].
4 Conclusão
Verificou-se uma indicação significativa de não existência de histórico familiar quanto as doenças autoimunes, assim como, maior prevalência de eutrofia e hábitos alimentares parcialmente adequados, considerando que o consumo de alguns alimentos fontes de determinados nutrientes como vitamina C, ainda poderiam ser melhorados.
References
COSTA, A. L. P.; SILVA-JÚNIOR, A. C. S.; PINHEIRO, A. L. Fatores associados a etiologia e patogênese das doenças autoimunes. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 48, n. 2, p. 92-106, 2019.
GARCEZ, D. O papel da nutrição nas doenças autoimunes. Porto, 2014. 36 p. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto.
MELLO, J. P. C. A. F. et al. O uso da nutrição nas doenças autoimunes. International Journal of Nutrology, v. 11, p. S241-S327, 2018.
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