Avaliação de risco da síndrome de Burnout e sua relação com características sóciodemográficas em um grupo de professores de Educação Física da rede básica de ensino
Resumo
A síndrome de Burnout atinge aproximadamente 30% dos profissionais brasileiros e tem maior incidência em profissionais que atuam na segurança, saúde e educação. Caracterizado pelo esgotamento e desmotivação pessoal no ambiente de trabalho, o Burnout tem sido associado negativamente com a qualidade de vida do trabalhador e apontado com um dos principais motivos para o abandono na profissão. Pensando nisso, este trabalho analisou a associação entre a prevalência da síndrome de Burnout e professores de Educação Física e buscou identificar características sociodemográficas preditoras desta síndrome neste grupo de profissionais. Participaram deste estudo 56 professores de Educação Física da rede básica de Ensino. Para identificar o Burnout e fatores associados, foi utilizado um questionário sociodemográfico, contendo 17 perguntas fechadas e duas abertas, e um inventário para identificação do Burnout em professores (Maslach Burnout Inventory – Educators Survey) contendo 22 questões. Nossos resultados mostraram que apenas um professor tinha características indicativas de Burnout. Quanto aos demais participantes, foi observada uma a distribuição semelhante entre aqueles que apresentavam riscos baixo, moderado e alto para o desenvolvimento da síndrome de Burnout. Nenhuma das características sociodemográficas estudadas apresentaram significância como predição desta síndrome entre os professores de Educação Física avaliados. Sendo assim, não houve associação entre a prevalência da Síndrome de Burnout e os professores de Educação Física da rede básica de ensino que avaliamos e as características sociodemográficas avaliadas não são preditoras neste grupo de professores. Apesar desses achados, o risco destes profissionais desenvolverem esta síndrome é preocupante e merece maior atenção.
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