Frequência de sepse neonatal do Brasil causada por streptococcus galactial: uma revisão

Autores

  • Thaís Justi Ribeiro Faculdade de Minas (FAMINAS-BH). Belo Horizonte – MG, Brasil
  • Linziane Lopes Ferreira Laboratório de Virologia Básica e Aplicada, Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biológicas da UFMG – Belo Horizonte – MG, Brasil
  • Natasha Delaqua Ricci
  • Isabela Neves de Almeida

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a frequência de sepse neonatal no Brasil causada por Streptococcus agalactiae (S. agalactiae) a partir de dados da literatura. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura no período de 2005 a 2019 de trabalhos publicados no Brasil, e foi avaliado a frequência das seguintes variáveis: procedência dos pacientes, tipo de serviço de saúde, métodos de diagnóstico laboratorial, o número de casos, a média gestacional, realização da pesquisa de S. agalactiae no pré-natal, desfechos, e antimicrobianos utilizados. RESULTADOS: Foram incluídos 20 artigos publicados no Brasil nas regiões sul, sudeste, nordeste e centro oeste. A pesquisa pelo S. agalactiae durante o período do pré-natal foi realizada em 90% dos estudos, e a hemocultura em 20% dos estudos (4/20) que descreveram casos de sepse neonatal. Houve uma grande variação na frequência de casos por S. agalactiae, sendo encontrado uma média de 55,6 casos/ano, e em quatro foram descritos mais de 120 casos/ano. Neste estudo a maior parte dos desfechos foi favorável 97% (cura) em relação a 3% de óbitos e estes foram os desfechos avaliados. CONCLUSÃO: Este estudo ressalta a importância da pesquisa do S. agalactiae nos exames laboratoriais do pré-natal, incorporação de novos métodos de diagnóstico laboratorial, a necessidade constante levantamentos na literatura, inquéritos epidemiológicos e estudos experimentais, como estratégias de controle e prevenção deste patógeno que se não controlado contribui para a ocorrência de altas taxas de morbidade e mortalidade neonatal.

Referências

BASSO, C.G.; NEVES, E.T.; SILVEIRA, A. Associação entre realização de pré-natal e morbidade neonatal. Texto & Contexto - Enfermagem, v. 21, n. 2, p. 269-76, 2012.

BORGER, I. L.; OLIVEIRA, R. E. C.; CASTRO, A. C. D.; MONDINO, S.S.B. Streptococcus agalactiae em gestantes: prevalência de colonização e avaliação da susceptibilidade aos antimicrobianos. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 27, n. 10, p. 575-579, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de procedimentos básicos em microbiologia clínica para o controle de infecção hospitalar: Módulo I/Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar, Brasília, Ed. Brasília: ANVISA / Ministério da Saúde, 2000. 56 p Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_microbiologiaclinica_controle_infechospitalar.pdf >. Acesso em 04 abr. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 163 p. color. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) – (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno nº 5) Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.pdf. Acesso em 04 abr. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – 1. ed. rev. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. 318 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, n° 32) Atenção Básica. 2. Atenção à Saúde. Título. II. Série. Disponível em: <http://bvs.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf> Acesso em 04 abr. 2019.

CAPELLIN, G.; RODRIGUES, A. D.; BORTOLINI, G. V. Prevalência de Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas em clínicas particulares em Caxias do Sul/RS. Journal of Health and Biological Science, v. 6, n. 3, p. 265-68, 2018.

CHAVES, B. A. Estudo da colonização por Streptococcus agalactiae, de mulheres em idade fértil, na área metropolitana do Porto.2011. 56f. Dissertação do 2º Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Mestre em Análises Clínicas- Universidade do Porto, Porto, 2011.

CHOCAN, L.; ROBERTS, M. Tetracycline antibiotics. Mode of action, appliations, molecular biology and epidemiology of bacterial resistance. Microbiology and Molecular Biology Reviews, v. 65, n. 2, p. 232-60, 2001.

CLSI. Clinical & Laboratory Standards Institute. Document M07-A8, v. 29, n.2, 2009. CLSI, Wayne, PA.

DE MELO, S. C. C. S.; et al. Antimicrobial Susceptibility of Streptococcus agalactiae isolated from pregnant women. Revista do Instituto de Medicina Tropical de Sao Paulo, v. 58, n. 83. P. 1-4, 2016.

DE MOUY, D.; CAVALLO, J. D.; LECLERCQ, R.; FABRE, R. The Aforcopi-bio Network. Antibiotic susceptibility and mechanisms of erythromycin resistance in clinical isoltes of Streptococcus agalactiae, French multicenter study. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 45, n. 8, p. 2400-02, 2001.

GALLO, C. B. G. A importância do diagnóstico em gestantes colonizadas pelo Streptococcus do grupo beta na prevenção da doença neonatal. 2015.15f. São José do Rio Preto, Pós-graduação Lato Sensu em Microbiologia Clínica. Acadêmica de Ciência e Tecnologia 2015.

GOUVÊA, M. I. F. S. Streptococcus do Grupo B: acurácia da metodologia XPERT GBS para o diagnóstico da colonização materna e estudo da prevalência de recolonização em uma coorte de gestantes infectadas pelo HIV. 132f. 2016. Rio de Janeiro; Tese [Doutorado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas] – Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. 2016.

KHAN, M. A.; FAIZ, A.; ASHSHI, A. M. Maternal colonization of group B streptococcus: prevalence, associated factors and antimicrobial resistance. Annals of Saudi Medicine, v. 35, n. 64, p. 23-7, 2015.

KOEMAN, M.; et al. Oral decontamination with chlorhexidine reduces the incidence of ventilator-associated pneumonia. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 173, n. 12, p. 1348-55, 2006.

LUCIO, F. H.; CARDOSO, A. M. Hemocultura e segurança do paciente: a importância da fase pré-analítica. NewsLab, v. 136, p. 12-14, 2018.

MURRAY, P. R.; BARON E. J. Manual of Clinical Microbiology, 9th Edition, 2008.

NAKAMURA, P. A. M. Resistência aos antimicrobianos entre amostras de Streptococcus agalactiae isoladas de espécimes do trato genitourinário. 2010. 62 f. Dissertação (Pós-graduação em Microbiologia e Parasitologia) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2010.

NASCIMENTO, C. S. Streptococcus agalactiae - Distribuição sorotípica e relação com fatores de virulência e resistência antimicrobiana. 2019. 67f. Tese (mestrado) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.

PINHEIRO, R. S.; et al. Estudo dos fatores de risco maternos associados à sepse neonatal precoce em hospital terciário da Amazônia brasileira. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 29, n. 8, p. 387-95, 2007.

PINHEIRO, S. M. O. S. Caracterização genética da resistência à Eritromicina em Streptococcus agalactiae de gestantes saudáveis. 2009. 86 f. Dissertação de Mestrado (Biologia Clínica Laboratorial) - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2009.

RICHTER, S. S.; et al. Multicenter Evaluation of the BD Phoenix Automated Microbiology System for Antimicrobial Susceptibility Testing of Streptococcus Species. Journal of Clinical Microbiology, v. 45, n. 9, p. 2863–71, 2007.

ROTHEN, J.; et al. Subspecies Typing of Streptococcus agalactiae Based on Ribosomal Subunit Protein Mass Variation by MALDI-TOF MS. Frontiers of Microbiology, v. 10, p. 471, 2019.

SAVINI, V.; et al. Successful off-label use of the Cepheid Xpert GBS in a late-onset neonatal meningitis by Streptococcus agalactiae. International Journal of Clinical Experimental Pathology, v. 7, n. 8, p. 5192-95, 2014.

SOUSA, N. A.; et al. Sepse neonatal – perfil microbiológico e sensibilidade antimicrobiana em um hospital no Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 51, n. 1, p.46-51, 2019.

TAZI, A.; et al. Comparative evaluation of VITEK 2 for antimicrobial susceptibility testing of group B Streptococcus. Journal of Antimicrobial Chemother, v. 59, n. 6, p. 1109-13, 2007.

VERANI, J. R.; MCGEE, L.; SCHRAG, S. J. Prevention of Perinatal Group B Streptococcal Disease: Revised Guidelines from CDC, 2010. Recommendations and Reports, v. 59, n. RR10, p. 1-32, 2010.

ZANATTA, V. Prevalência De Streptococcus agalactiae em gestantes usuárias de um centro materno infantil em Santa Cruz do Sul. 2015. 54f. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, na Universidade de Santa Cruz do Sul para obtenção do título de Farmacêutico. Universidade de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul 2015.

Downloads

Publicado

02-08-2021

Como Citar

Ribeiro, T. J., Ferreira, L. L., Ricci, N. D., & de Almeida, I. N. (2021). Frequência de sepse neonatal do Brasil causada por streptococcus galactial: uma revisão. REVISTA CIENTÍFICA DA FAMINAS, 16(1). Recuperado de https://periodicos.faminas.edu.br/index.php/RCFaminas/article/view/565