Avaliação da frequência de espécies de candida isoladas em secreções vaginais e do perfil de susceptibilidade a antifúngicos

Autores

  • Dênis Daniel Rodrigues Faculdade de Minas (FAMINAS-BH). Belo Horizonte – MG, Brasil
  • Matheus Felipe da Cruz Silva (1) Faculdade de Minas (FAMINAS-BH). Belo Horizonte – MG, Brasil (2) Instituto Hermes Pardini. Belo Horizonte – MG, Brasil
  • Patrícia Helena do Nascimento Bicalho (2) Instituto Hermes Pardini. Belo Horizonte – MG, Brasil
  • Mireille Angela Bernardes Sousa (2) Instituto Hermes Pardini. Belo Horizonte – MG, Brasil
  • Natasha Delaqua Ricci (1) Faculdade de Minas (FAMINAS-BH). Belo Horizonte – MG, Brasil
  • Isabela Neves de Almeida Faminas - BH Universidade Federal de Minas Gerais

Resumo

A candidíase é um dos grandes problemas de saúde que levam mulheres a um quadro de infecção do aparelho reprodutor. É uma infecção causada por leveduras do gênero Candida. Essa patologia pode acometer ambos os gêneros e qualquer faixa etária desde o neonato até idosos. O método de identificação da candidíase vulvovaginal envolve as etapas da coleta, cultura e identificação do microrganismo, e para estabelecer um melhor esquema de tratamento o antifungigrama deve ser realizado. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência das principais espécies causadoras de candidíase vulvovaginal, bem como avaliar o respectivo perfil de sensibilidade e resistência aos antifúngicos. Foram analisadas 736 culturas de secreção vaginal no período de janeiro a março de 2017 em um laboratório de grande porte da região metropolitana de Belo Horizonte. Entre o total de 249 amostras positivas, a espécie mais prevalente foi a Candida albicans. Em relação aos antifúngicos resistentes, o Fluconazol obteve maior número de resistência com 11 cepas (28%) seguidas da Caspofungina com 4 cepas (10%). Voriconazol com 3 cepas resistentes (8%) e finalmente a Anfotericina B, Flucitosina e Micafungina com 1 cepa resistente cada. Portanto conclui-se que as espécies de Candida albicans isoladas nesse estudo apresentam maior resistência ao Fluconazol, e este fato alerta para os riscos da resistência Fonseca induzida por consequência dos tratamentos empíricos, da automedicação, assim como das infecções de repetição.

Palavras-chave: Candidíase, antifungigrama, antifúngicos.

Referências

ALTHAUS, V.A. et al. Espécies de candida spp. em solados clínicos e suscetibilidade a antifungicos de uso hospitalar. Revista Saúde e Pesquisa, Maringá, v. 8, n. 1, p. 7-17, 2015.

ALVARES, C. A.; SVIDZINSKI, T. I. E.; CONSOLARO, M. E. L. Candidíase vulvovaginal: fatores predisponentes do hospedeiro e virulência das leveduras. J Bras Patol Med Lab, v. 42, n. 5, p. 319-327. 20, 2007.

BADIEE, P. et al. Distributions and antifungical susceptibility of Candida species from mucosal sites in HIV positive patients. Arch Iran Med, Tehran, v. 13, n.4 p. 282-287, 2010.

BARBEDO, L. S.; SGARBI, D. B. G. Candidíase. DST - J bras Doenças Sex Transm, Itajaí, Ed. 22 (1), p.22-38, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. MICROBIOLOGIA CLÍNICA PARA O CONTROLE DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE. 1º Ed. Brasília: Anvisa, 2010. Disponível em: <https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/procedimentos-laboratoriais-da-requisicao-do-exame-a-analise-microbiologica-e-laudo-final>. Acesso em 04 abr. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis Brasília – DF 2016.2º Ed. Brasília: Anvisa, 2016. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_terapeutica_atencao_integral_pessoas_infeccoes_sexualmente_transmissiveis.pdf>. Acesso em 04 abr. 2019.

CAMARGO, K. C. et al. Secreção vaginal anormal: Sensibilidade, especificidade e concordância entre o diagnóstico clínico e citológico. Goiânia, Rev Bras Ginecol Obstet. v. 1, n. 1, p. 223-228- 24, 2015.

CHRISTÓVÃO, R. G. et al. Espécies de Candida predominantes em secreção vaginal de mulheres sintomáticas e não: uma revisão integrativa, Torres, Revista de Divulgação. Cientifica da ULBRA Torres, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2017.

CROCCO, E.I. et al. Identificação de espécies de Candida e susceptibilidade antifúngica in vitro: estudo de 100 pacientes com candidíases superficiais. An Bras Dermatol, v. 79, n. 6, p. 689-97, 2004.

DE ROSSI et al. Interações entre Candida albicans e Hospedeiro. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 32, n. 1, p. 15-28, 2011.

FEUERSCHUETTE, O. H. M. et al. Candidíase vaginal recorrente: manejo clínico. Florianopolis, FEMININA, v.38, n. 2, p. 31-36, 2010.

FRANÇA, J.C.B., RIBEIRO, C.L.E., QUEIROZ-TELLES, F. Candidemia em um hospital terciário brasileiro: incidência, frequência das diferentes espécies, fatores de risco e suscetibilidade aos antifúngicos. Rev Soc Bras Med Trop v.41, p. 23-28, 2008.

FURLANETO, M. C. et al. Species distribution and in vitro fluconazole susceptibility of clinical Candida Rev Patol Trop Vol. 42 (1): 49-55. jan.-mar. 2013 55 isolates in a Brazilian tertiary-care hospital over a 3-year period. Rev Soc Bras Med Trop v.44, p. 595-599, 2011.

GO?A? M., NETSVYETAYEVA I., SIKORA M., PISKORSKA, K. Trends in antifungal susceptibility of Candida species--one year observation, Polish Journal of Microbiology, 2014 v.63, v.22, p.17-222, 2014.

HOLANDA, A. A. R. et al. Candidíase vulvovaginal: sintomatologia, fatores de risco e colonização anal concomitante, Rio de Janeiro, Rev. Bras. Ginecol. Obstet. v. 1, p.3-9. 2006.

HORN, D. L. et al. Epidemiology and outcomes of candidemia in 2019 patients: data from the prospective antifungal therapy alliance registry, Clin Infect Dis, v. 48, n. 12, p. 1695-703, 2009.

JAMIU, A.T., et al. Update on Candida krusei, a potential multidrug-resistant pathogen, Medical Mycology,v. 0, p.1–17, 2020.

KLEIN, N. M. Estudo genômico e fenotípico, que inclui a abordagem de perfis proteômicos por MALDI-TOF MS, de isolados de hemoculturas para o estabelecimento de uma coleção de bactérias de referência, Universidade do Minho, Braga/ Portugal, v. 1, n. 1, p.1- 183, 2014.

LEAL, M. R. D. et al. Tratamento da candidíase vulvovaginal e novas perspectivas terapêuticas: uma revisão narrativa, Bahia, Revista Pesquisa em Fisioterapia, Salvador, v. 6, n. 4, p. 462-467, 2016.

MENDES, J. F. et al. Antifungal susceptibility profile of diferent yeasts isolates from wild animals, cow's milk with subclinical mastitis and hospital environment. Braz J Biol, v. 78, n. 1, p. 68-75, 2018.

MENEZES, E.A. et al. Perfil De Suscetibilidade De Candida Tropicalis A Antifúngicos Sistêmicos. Rev Patol Trop,v. 42 (1), p. 49-55,2013.

MELHEM, M.S.C. et al. Use of the VITEK 2 system to identify and test the antifungal susceptibility of clinically relevant yeast species. Braz J Microbiol, v. 44, n. 4, p. 1257-66, 2013.

MÍMICA, L. M. J. et al. Diagnóstico de infecção por Candida: avaliação de testes de identificação de espécies e caracterização do perfil de suscetibilidade, Bras Patol Med Lab, v.45,n.1,p.17-23,2009.

MOTTA, A. L. et al. Candidemia epidemiology and susceptibility profile in the largest Brazilian teaching hospital complex. Braz J Infect Dis v. 14 p.441-448, 2010.

NETO, A. A.; HAMDAN, J. S.; SOUZA, R. C. Prevalência de Cândida na Flora Vaginal de Mulheres Atendidas num Serviço de Planejamento Familiar. RBGO, Ribeirão Preto, v.21, n8, p.441-445, 1999.

PFALLER, M. et al. Results from the ARTEMIS DISK global antifungal surveillance study. 1997 to 2007: a 10.5-year analysis of susceptibilities of Candida species to fluconazole and voriconazole as determined by CLSI standardized disk diffusion. J Clin Microbiol, v.48, p.1366–1377, 2010.

SÁ, M.C.N. et al. Isolamento de Candida no esfregaço cérvico-vaginal de mulheres não gestantes. Rev Pan-Amaz Saude, v. 5, n. 1, p.25-34, 2014.

SHI, Y. et al. Molecular identification and antifungal susceptibility profile of yeast from vulvovaginal candidiasis. BMC Infectious Diseases, v. 20, p. 287, 2020.

SILVA, M.C. et al. Candida species distribution and fluconazole susceptibility of blood isolates at a regional hospital in Passo Fundo, RS, Brazil. J Bras Patol Med Lab,Rio de Janeiro, v. 51, n. 3, p. 158-161, 2015.

SINGH, S. et al. Vaginitis due to Candida krusei: epidemiology, clinical aspects, and therapy. Clin Infect Dis, v. 1;35(9), p.1066-70,2002.

SOARES, D. M. Candidíase Vulvovaginal: Uma Revisão De Literatura Com Abordagem Para Candida Albicans.2018. 65f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Ocidental da Universidade Federal do Acre- UFAC, Acre, 2018.

OLIVEIRA, J. M. Infecções ginecológicas do tracto genital inferior. São Paulo, p.197-214, 2011.

SBPC - Sociedade Brasileira de patologia clínica e medicina laboratorial. Boas Praticas em Microbiologia Clinica. São Paulo: Manole, 2014.

RODRIGUES, M. T.; GONÇALVES, A. C.; ALVIM, M. C. T.; CASTELLANO FILHO, D. S.; BARROSO, J.; SILVA, V. L.; GALUPPO, C. Associação entre cultura de secreção vaginal, características sócio demográficas e manifestações clínicas de pacientes com diagnóstico de candidíase vulvovaginal. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. v. 35, n. 12, p. 554-561, 2013.

Downloads

Publicado

16-12-2020

Como Citar

Rodrigues, D. D., Silva, M. F. da C., Bicalho, P. H. do N., Sousa, M. A. B., Ricci, N. D., & de Almeida, I. N. (2020). Avaliação da frequência de espécies de candida isoladas em secreções vaginais e do perfil de susceptibilidade a antifúngicos. REVISTA CIENTÍFICA DA FAMINAS, 15(2). Recuperado de https://periodicos.faminas.edu.br/index.php/RCFaminas/article/view/564